Esquerda e Direita não são xingamentos; saiba qual a diferença ontem e hoje!
A origem da utilização
dos termos Direita e Esquerda, como conhecemos na atualidade, tem raízes na
França do XVIII. Vamos explicar de uma maneira simples para você possa
entender. No imaginário do povo francês daquele período existiam: o primeiro
estado, o segundo estado e o terceiro estado.
No primeiro estado estava
o clero, ou seja, os religiosos, os padres, porque a Igreja mandou por muito
tempo no mundo. No segundo estado estava a Nobreza, que eram os membros da família
real, quem tinha cargos hereditários, aristocracia, dentre outros; e, no
terceiro estado estava o povo, os trabalhadores urbanos, a burguesia e os
camponeses que estavam na base da pirâmide social e que sustentavam todos os
demais com o seu trabalho e com impostos pesados que lhes eram cobrados. Ou seja,
os trabalhadores mantinham o primeiro e o segundo estado.
Por muito tempo, o povo
carregou nas costas, literalmente o Clero e a Nobreza. Nesse período, a França
vivia sob o domínio da Monarquia, que é caracterizada por um governo único, ele
ocupa a chefia do estado e de governo. Na época, esse poder estava nas mãos de
Luís XVI.
Neste mesmo período, já
nas proximidades da Revolução Francesa, a França se envolveu na Guerra da
Independência dos Estados Unidos da América (EUA), e ficou sem dinheiro
praticamente. Essa situação financeira do país, fez com que o Rei tivesse que
aumentar os impostos sobre a população que já sofria com muitos impostos. Esse,
foi o estopim da Revolução Francesa. Mas o ponto alto dessa convulsão foi a
queda da Bastilha, uma prisão que existia na França, para onde iam as pessoas
que eram contra o antigo regime.
A Queda da Bastilha, fato
ocorrido em 14 de julho de 1789, representa a queda da Monarquia. O Rei Luís XVI
é deposto em 1792. A Revolução Francesa durou 10 anos, até a França voltar a
andar em águas mais tranquilas.
CONVOCAÇÃO DA ASSEMBLEIA CONSTITUINTE
Para explicar a origem dos
termos Esquerda e Direita, é necessário uma mencionar a Convocação da
Assembleia Nacional Constituinte em 9 de julho de 1789. No espaço geográfico da
Assembleia, três grupos são percebidos: Girondinos, que se posicionaram à direita
do Presidente da Assembleia; Os Jacobinos, que se posicionaram à Esquerda do
Presidente da Assembleia; e o que ficaram ao Centro, que foram chamados de Pântanos.
Aqui mora a origem dos termos, Direita e Esquerda, que não representa um xingamento,
mas uma preferência política.
Os que se posicionaram à Direita,
não queriam perder os seus privilégios conquistados ao longo dos anos com a
escravidão, os patrimônios, e defendiam o antigo regime; os que estavam à Esquerda,
já defendiam as reformas, mudanças na forma de governar, queriam mais direitos,
e por isso, eram os mais exaltados dentro da Assembleia. Os que ficaram mais ao
Centro, eram os indecisos, e se movimentavam conforme a conveniência.
Porém a Direita, nunca foi
completamente homogênea, assim como a Esquerda, também nunca foi homogênea, daí
existirem diferentes gradações nas defesas das formas de governo, alguns mais
progressistas e outros mais conservadores. De ambos os lados também existem uma
fração mais radical.
DIREITA E ESQUERDA NO
BRASIL
A partir do Governo de Bolsonaro
no Brasil, os ânimos se acirraram de tal forma, que Esquerda e Direita passaram
a ser considerados praticamente xingamentos, pois a intolerância, passou a
dominar o discurso direitista e esquerdista, que praticamente se transformaram
em inimigos ao ponto de um não querer escutar o outro.
O historiador brasileiro,
Leandro Karnal, chegou a dizer que, tanto os de direita, quantos as pessoas que
se identificam com a esquerda, não estão sabendo fazer oposição, pois, um tenta
negar a existência do outro, quando a noção de respeito parece ter deixado de
existir.
Em política, o diálogo
deve prevalecer, mesmo com as divergências de ideias e de pensamentos de grupos
e pessoas. A política é a arte de encontrar soluções para os problemas de uma
sociedade. E, assim deve continuar sendo considerada. Ou seja, são as práticas
humanas que devem ser aprimoradas, porque a política enquanto arte, é um canal
de possibilidades incrível.
Por Julimar Silva, Jornalista
e Comunicador.
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