Poemas de Wibson Carvalho, poeta caxiense!

 pedaços de um eu algum 

 

 


 

há no meu eu o pulsar de um desejo

e no qual há, ainda, o quê, agora, almejo;

que o fim do somatório da minha dor

não interrompa os gritos do clamor; 

face a um pedaço ser bem emudecido em mim,

e o meu outro resto é ouvido, mas ruim...

 

a sinfonia que me invade desde o nada

é bem-vinda, ainda que quase desafinada;

e eu a quero para sempre almejada

ainda que pouco executada;

face a um pedaço inaudível ser ilusão,

e o meu outro resto não, mas real solidão...

 

e os versos que, agora, eu escrevo

que não sejam lidos e cantados com desvelo;

mas, como a unicidade do momento

de um poeta imerso em seu eterno tormento;

face a um pedaço ser calado em mim,

mas o meu outro resto é ensurdecedor e ruim!




 o ser e a poesia advindos de mim 


minha poesia veste-me com essência sabedora ao interior a mim

e emudece meu grito ensurdecedor à negação que há nela.

é a prisão na qual sou condenado

e estou a extrapolar-me liberto à ambiência alheia.

é a imensidão em sal oceânico e chão cáustico, solitariamente, desértico…

é a diversidade de todas minhas linguagens artísticas sem platéia alguma…

é a obra que, humildemente, ofereço à humanidade…

é o ser a querer-se compartilhado a quem me necessitar…

e meus versos?

são partes extraídas de minha alma inteira a se mostrarem inibidas aos outros seres

sem aceitação nenhuma!

o que é minha poesia?

é a somatória das imagens etárias do passado encontrado no presente,

são escritas na negação imagética do futuro.

obrigando-me, fielmente, a negá-la em mim tal qual confissão ausente.




Fé 

 

 

a Divindade não tem matéria...

Ela é a dimensão do infinito

ao olhar do íntimo, 

à produção do feito

e consequência ao efeito 

no amor!




 morte 

 

 

ó momento findo sem luz 

intensifica a dor e diminui meu tempo a findar  adicionando o sal

ao meu físico e tornando água meu sangue 

para franquear a saída alada do espírito e putrefar a carne com tempero indigesto ao paladar da cova e - nela - ao barro retornar...

  



 etariedade natural 

 

 

nutre-me de alimento

para a corpulenta matéria, existir em tempos...

eis, a estratificada pirâmide da vida:

nascer à criancice,

crescer à adolescência,

amadurecer em adulto

e morrer no pós velhice!




 insônia 

 

 

à noite;

não há um adormecer após o dia...

minha tarefa na manhã e tarde

me foi inválida ao cansaço material

e ao findar das horas diárias

meu pensamento se povoou 

de tarefas cheias e turvas de nada!



... profundidade insana! 


... a cada dia que existo seca um poço de ilusões em mim / o líquido que vai se esvaindo nele é o meu próprio veneno que invento / e bebo, bebo e bebo, mas não consigo morrer até que o último balde mergulhe na sua profundeza e não consiga mais emergir se quer com uma gota de tormento...!



...eu e a poesia!


...se por um instante Deus esquecesse que somos marionetes de pano e nos presenteasse com mais um pouco de vida lado a lado, possivelmente, eu não escreveria tudo o que pensamos, mas definitivamente pensaria em tudo o que escrevemos.


...hoje é apenas a última vez que você está vendo meus sentimentos com os quais conviveu na minha inspiração e o início de uma vida sem nós dois sermos um na convivência de amigos eternos...!




embriaguez e lucidez..!! 


...qualquer doença crua que te envergonhe por uma atitude que, também, é tua / procure correção em si mesmo / envergonhar-se é uma verdade nua / mas é a última queda para se levantar e atingir a cura...!

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