A CULPA NÃO É DA IMPRENSA, DEPUTADO HILDO ROCHA
No último fim de semana, o Deputado Federal Hildo Rocha esteve em Caxias (MA) e fez uma declaração que merece ser contestada com veemência. Segundo o parlamentar, a culpa pela criminalização da política no Brasil é da imprensa. Esse argumento, além de falacioso, busca desviar a responsabilidade dos verdadeiros culpados: os próprios políticos que cometem irregularidades e desrespeitam a confiança do povo.
A imprensa cumpre seu papel de informar a sociedade sobre os fatos. Se há escândalos envolvendo políticos, isso ocorre porque esses políticos cometeram atos ilícitos, e não porque os jornalistas decidiram inventá-los. Se um político age com honestidade e transparência, não há motivo para que seu nome seja ligado a investigações, processos ou denúncias. O problema, portanto, não está na imprensa, mas na conduta de quem deveria agir com ética na vida pública.
O próprio Hildo Rocha não está isento de controvérsias. O deputado já respondeu a processos por improbidade administrativa, em ação proposta pelo MP-MA, o deputado federal Hildo Rocha chegou a ser réu em ação por ato de improbidade administrativa por ter incluído na folha de pagamento de servidores do Município de Cantanhede quem não foi passou em concurso público; na ação, o MP acusou de prática de atos de improbidade o deputado federal Hildo Rocha e Raimundo Nonato Borba Sales, ambos ex-prefeitos de Cantanhede.
Diante disso, a tentativa de culpabilizar a imprensa soa como uma estratégia para descredibilizar um dos pilares da democracia: o jornalismo independente. O que o deputado parece querer é uma imprensa amordaçada, incapaz de expor os desmandos dos gestores públicos. Mas não será calando jornalistas que os políticos terão uma imagem melhor; será agindo com responsabilidade, transparência e compromisso com o interesse público.
A sociedade não pode cair na armadilha desse discurso oportunista. Criminalizar a imprensa é um retrocesso que interessa apenas àqueles que têm algo a esconder. O verdadeiro caminho para restaurar a credibilidade da política não passa pelo silenciamento da mídia, mas pela conduta ética dos seus representantes. Afinal, um político que trabalha de forma correta não teme a verdade – ele a defende.
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